Capa do livro de Walter Kirn que deu origem ao filme com título homónimo
Danny Ocean, depois do seu êxito em Ocean’s 13 volta à tela para retomar o papel que começara em 2001…. Não, calma….
Seguindo o legado dos irmãos Coen, Jason Reitman dá nova vida a Harry Pfarer …. Também não era ele? Ia jurar que….
Michael Clayton volta à acção, desta vez dirigido pelo filho do canadiano Ivan Reitman…. Alguma coisa não bate certo….
No último e mais prolongado anúncio da Nespresso, desta vez sob mão de um dos mais destacados realizadores da actualidade… Esperem…! Acho que já percebi o que se passa…
A única crítica que não se pode fazer a George Clooney é a da inconstância. O problema é que também não se pode fazer qualquer elogio.
Ao contrário da suposta e típica equação Ocean + Pfarer + Clayton +…. = Clooney, o mais famoso “galã” de Hollywood rege-se pela deprimente Ocean = Clooney = Pfarer = Clooney = Clayton = Clooney =…. Ryan Bingham.
O primeiro pecado a ser cometido pelo premiado realizador Jason Reitman (Juno; Thank You for Smoking) foi o de eleger um actor que não sabe fazer outro papel senão o dele próprio para protagonizar a sua mais recente realização. Felizmente, tal como Danny Ocean, Harry Pfarer e todos os outros indistinguíveis Alter-egos de Clooney, Ryan Bingham (protagonista de Up in the Air) é charmoso, gosta de mulheres, de contar piadas, sentir-se importante e, como qualquer homem de negócios …. De voar!
Veterano e especialista no seu mester, Ryan Bingham (George Clooney) ganha a vida a despedir pessoas e a encaminhá-las para vias alternativas, delicadamente. Despegado de qualquer tipo de laços e imbuído nos seus objectivos idiossincráticos, a sua filosofia e prega é a de que “Quando trabalhamos levamos sempre uma “mochila” connosco. Quanto mais leve for essa mochila melhor nos sucedemos e mais facilmente nos mobilizamos”.
Cem por cento dedicado ao trabalho, os seus 322 dias de viagem por ano são o seu maior prazer, em oposição à tormenta dos 43 dias que passa em “casa”.
Porém, quando a jovem e promissora Natalie Keenman (Anna Kendrick) apresenta o seu projecto de “despedimentos via Web”, Clooney…perdão, Bingham, começa a recear uma eminente alteração do seu tão hedónico modo de vida.
Worried about the shape of things to come, Bingham acusa a novata de inexperiência diante do patrão, ao que o seu chefe responde com a proposta de Ryan levá-la consigo nas suas próximas viagens.
Confrontado com as críticas de Natalie à sua forma de vida, o seu crescente envolvimento com a sua alma gémea Alex (Vera Farmiga – melhor prestação de todo o filme) e a felicidade da sua irmã que se está prestes a casar, Ryan começa a questionar o seu próprio modo de vida e a reponderar a sua filosofia… O resto vejam no cinema.
Depois do seu último (e fantástico) filme Juno, Jason Reitman presenteia-nos com um não tão bom, mas ainda assim surpreendente filme. Com um enredo um pouco fora dos cânones da indústria cinematográfica contemporânea, Reitman apresenta-nos uma não-tão-romântica-comédia-romântica com uma mensagem que nos põe, no mínimo, a reflectir sobre as prioridades da nossa vida.
Carregado com o humor a que Reitman nos começa a habituar, com uma banda sonora toda Bob Dylan – Simon & Garfunkel dos tempos modernos, o realizador conseguiu um filme divertido, pleno de conteúdo e acima de tudo (e para mim, o mais importante) consistente com o que nos apresentara em 2007 com a sua até hoje obra-prima “Juno”.
Auguro um bom futuro a este ainda tão novo e já tão premiado realizador.
Nota Final : 3.5/5
Q
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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4 comentários:
Grande passo. Vou estar com muita atenção. Parabéns
Gostei imenso do filme que comentei no meu blog.
Acho que uma das partes importantes é verificar que a vida pode ser um círculo, um homem habituado por treino a despedir no fim é ele propriamente despedido, como anteriormente já tinha sido pela família.
A imagem da mochila penso que está um bocadinho desfocada, o que ele quer dizer, na minha opinião, é que só temos um espaço limitado para transportar e assim é preciso fazer escolhas, não é o mais leva que se tem que transportar é o mais útil que pode variar, como na vida de que a mochila é uma metáfora.
Já gora conforma informa o IMDB os "despedidos" do filme são mesmo despedidos reais.
Há mais coisas a dizer mas não vem ao caso.
Lamento mas não concordo consigo. A imagem da mochila é uma metáfora para o modo de vida que ele leva, algo totalmente livre daquilo que ele não considera essencial. Ele, tal como a mochila, libertou-se de todas as coisas que não achava necessário e que lhe podiam prejudicar o modo de vida que levava. Não foi a família que o despediu, ele é que não os quis "carregar" ás costas.
Quanto aos despedimentos, obrigado pela informação, mas nem todos eram reais. O actor J.K Simmons aparece a fazer de "Bob", um dos despedidos, e já tinha entrado no filme anterior do Reitman a fazer de pai da Juno.
Obrigado pelo comentário!
Muito obrigado.
Só me falta ver um dos filmes nomeados para o Oscar.
Ontem vi mais um de que dou conta no meu blog.
Este nem para nelhor filme está.
Gostos.
Quanto à mochila, excelente introdução para as palestras, acho que dissemos o mesmo por outras palavras.
É excelente ver um jovem tão interessado e a escrever bem sobre cinema.
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